PORTO DE ITAPOÁ - COMEÇA CONTRATAR ATÉ JUNHO

O diretor superintendente do Tecon Santa Catarina – Porto de Itapoá, Gabriel Ribeiro Vieira, diz que se as obras da construção da SC-41 5, entre Garuva e a cidade de Itapoá, não ficarem prontas até final de agosto, o início da operação do terminal de cargas será prejudicado e não poderá iniciar no prazo previsto – novembro deste ano. Os últimos equipamentos, comprados na China, chegam até 15 de outubro. A empresa vai começar contratações de funcionários até junho. No início serão de 220 a 250 empregados. Com investimentos superiores a R$ 450 milhões, o Tecon Santa Catarina será um dos mais modernos portos brasileiros. A Prefeitura de Itapoá precisa definir plano diretor para a retroárea, de 12 milhões de m². A partir deste novo Tecon e com as ampliações nos terminais de São Francisco do Sul, os cinco portos catarinenses poderão movimentar 5 milhões de TEUs.

PRAZO

Se as obras da construção da estrada SC-4 15, entre Garuva e o acesso ao Porto de Itapoá, não ficarem prontas até agosto, a situação vai ficar complicada. Terminando até agosto, estará tudo bem, e nossas necessidades estarão atendidas. A partir daí, teremos um período pré-operacional para contratação de pessoal especializado e para fazer o treinamento. Este período vai até outubro. Os equipamentos estão sendo importados da China. Os maiores equipamentos chegam até 15 de outubro. A intenção é iniciar a operação do porto em novembro. Compramos os equipamentos da China à vista.

CONTRATAÇÕES

A contratação de trabalhadores será feita a partir de maio, no máximo em junho. Como em muitas funções se exige pessoal muito especializado, e como não há gente nestas condições, vamos chamar de outros portos, sim. Uma empresa especializada em operação de grandes equipamentos – de Santos – foi contratada para treinar os funcionários durante 450 horas. No começo, teremos de 220 a 250 empregados – 60 deles da área administrativa.

INVESTIMENTOS

A previsão é criar três mil empregos diretos e indiretos, com investimento que ultrapassa os R$ 450 milhões. O terminal portuário privativo de uso misto (carga própria e de terceiros) será exclusivo para a movimentação de contêineres. Os acionistas são a Portinvest Participações (grupo Battistella e Logística Brasil – fundo de investimento e participações gerido pela BRZ Investimentos) e a Aliança Navegação e Logística (grupo Hamburg Süd).

ITAPOÁ – NAVEGANTES

São várias as diferenças entre os portos privados de Itapoá e de Navegantes. O de Itapoá poderá receber navios maiores porque o calado (profundidade) será de 16 metros. A lembrar que o canal de acesso ao Porto de São Francisco do Sul já começou. A partir do Porto de Itapoá, será possível fazer negócios via cabotagem, e também operações de longo curso, com navios maiores. Isso será viável com a parceria da Aliança Navegação, com 15 navios na costa brasileira. Esta condição permitirá menos escalas, com redução de custos e mais rapidez. A capacidade será de até 900 TEUs (medida de carregamento de mercadorias). Os navios têm 340 metros de comprimento e 45 metros de largura, no modelo conhecido como pós­Panamax.

OCIOSIDADE

No começo, teremos ociosidade. Mas, como a operadora Hamburg Süd é nossa sócia, é natural que ela canalize movimentação de cargas para o Porto de Itapoá para rentabilizar o investimento feito. O tempo vai ajustar a situação. Vamos oferecer capacidade total de 300 mil contêineres por ano, no prazo de dois anos. Seremos muito competitivos.

INTERMODAL

É necessário interligar os portos catarinenses pela via férrea. Hoje, é viável unir Imbituba a Araquari, por exemplo. E sem esquecer que é preciso duplicar a BR-280 (na região Norte, até o Porto de São Francisco do Sul) e a BR-470 (que dá acesso ao Porto de Itajaí, cortando todo o Vale) para dar mais velocidade ao transporte de cargas via rodovias, até os portos. Neste mês de fevereiro, será debatido, na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o Plano Nacional de Logística de Transporte, com foco no período de 2008 a 2023.

LOGÍSTICA

O Estado de Santa Catarina está se tornando um importantíssimo polo de logística portuária. Empresas catarinenses produzem muita mercadoria exportada. São madeira, celulose, cerâmica e compressores, por exemplo. Somando-se todos os cinco portos catarinenses (Imbituba, Itapoá, São Francisco do Sul, Itajaí e Navegantes) só perderemos em capacidade de movimentação de cargas para o Estado de São Paulo, onde o destaque é o Porto de Santos. Santa Catarina terá capacidade para movimentar 5 milhões de TEUs. O Brasil movimenta 8 milhões de TEUs.

CONCORRÊNCIA

O monopólio esconde as incompetências. Por isso, a competição é importante. O que queremos é oferecer mais segurança, mais rapidez e menor custo do que os outros portos. Mas, aviso: para ganhar clientes não vamos fazer dumping (reduzir preços abaixo dos custos de operação). Até porque as tarifas são mais ou menos dadas em patamares internacionais. Seremos, sim, mais produtivos.

PREFEITURA

A Prefeitura de Itapoá deve definir plano diretor para a retroárea portuária. Isto é vital para evitar a ocupação inadequada de regiões nobres, próximas ao porto. A Prefeitura precisa fazer decreto de utilidade pública no espaço entre o acesso da SC-415 até o porto de Itapoá. São sete quilômetros, que vão da cidade até o porto. A obra, sob nossa responsabilidade, vai começar em 1º de abril, a um custo de R$ 13 milhões. A Celesc disponibiliza linha de transmissão de 138 kV. Isto é fundamental.

OBRAS

As 900 estacas do berço principal do porto já estão cravadas e as obras em estágio avançado, com mais de 65% do projeto concluído. Há 600 operários trabalhando para a construtora Andrade Gutierrez, escolhida para construir o porto. Em 2009, foi captado, no mercado financeiro, os recursos que viabilizam o término da primeira etapa do porto.

PRAIA

A urbanização e utilização da praia da Figueira serão possíveis porque o Tecon SC é um porto com píer de atracação dos navios situados a 230 metros da beira da praia, junto ao canal natural. Há boa distância entre os navios e a faixa de areia.

SOCIEDADE

Fomos procurados por empresários da região Norte de Santa Catarina interessados em possível sociedade no negócio. A possibilidade é eles serem sócios na ocupação dos espaços da retroárea, de 12 milhões de m², onde empresas possam ter interesse em se instalar. Não está descartada esta possibilidade.

Autor: Jornal A Notícia (SC)